Diébédo Francis Kéré (10 de abril de 1965, Gando, Burkina Faso) é um arquiteto africano conhecido por assinar obras que trabalham com sustentabilidade, material de baixo custo e mão de obra da comunidade local. Busca desenvolver uma forte parceria com as comunidades para as quais constrói. Ele sempre demonstra uma sensibilidade especial ao local, às condições, sociais, econômicas e climáticas.
Prêmio Pritzker
Esse ano, Francis foi o vencedor do Prêmio Pritzker pelo seu trabalho com projetos sustentáveis voltados para populações carentes. Ele foi o primeiro arquiteto negro a receber o prêmio. Criado em 1979, tem por objetivo “homenagear um ou mais arquitetos vivos, cujo trabalho demonstra uma combinação de qualidades, como talento, visão e compromisso, e que produziu contribuições consistentes e significativas para a humanidade e o ambiente construído por meio da arte da arquitetura”.
Confira a breve linha do tempo do admirado arquiteto:
1. Origens
Filho mais velho do chefe da aldeia e o primeiro da comunidade a ir para a escola, suas primeiras experiências de arquitetura (de que se lembra) estão ligadas à sua sala de aula de infância, que não tinha ventilação nem luz natural, e ao espaço pouco iluminado, mas seguro, onde sua avó lhe contava histórias.
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2. Na Alemanha, e aulas à noite
Em 1985, mudou-se para Berlim com uma bolsa de estudos de carpintaria, aprendendo a fazer telhados e móveis durante o dia, enquanto frequentava aulas à noite.
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3. Fundação Kéré
Quando ainda estava na faculdade, em 1998, criou a Fundação Kéré para arrecadar fundos e defender o direito de uma criança a uma sala de aula confortável. Seu primeiro edifício, a Escola Primária Gando, de 2001, foi erguido por e para os moradores locais, que construíram cada parte da edificação à mão.
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4. Escola Primária Gando e escritório próprio
Este projeto lhe rendeu o Prêmio Aga Khan de Arquitetura em 2004 e o levou a abrir seu próprio escritório, Kéré Architecture, em Berlim no ano seguinte.
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5. Mais projetos
Além de escolas e instalações médicas, o trabalho de Kéré na África inclui dois edifícios históricos de parlamento, a Assembleia Nacional de Burkina Faso (Ouagadougou, Burkina Faso) e a Assembleia Nacional do Benin (Porto-Novo, República do Benin), bem como o TStartup Lions Campus (2021, Turkana, Quênia), um campus de tecnologias de informação e comunicação, e o Instituto de Tecnologia de Burkina (Fase I, 2020, Koudougou, Burkina Faso).
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O livro dedicado à sua obra (“Francis Kéré Radically Simple”, no idioma inglês), escrito em 2017, relata que o autor “colabora com os moradores, e coloca as necessidades sociais e históricas no centro de seu pensamento de design.”
O arquiteto ainda é um admirador da obra de Oscar Niemeyer, em 2019 aceitou convite para participar do 27ª edição do Congresso Mundial de Arquitetos que aconteceu no Brasil, em julho de 2020, diz a Wikipedia.
Para ele, a arquitetura não trata do objeto, mas do objetivo; não do produto, mas do processo. Toda obra de Francis Kéré nos mostra o poder da materialidade enraizada no lugar.
“ Espero mudar o paradigma, levar as pessoas a sonhar e arriscar. Não é porque você é rico que você deve desperdiçar material. Não é porque você é pobre que você não deve tentar criar algo de qualidade, […] Todo mundo merece qualidade, todo mundo merece luxo e todo mundo merece conforto. Estamos interligados e as preocupações com o clima, a democracia e a escassez são preocupações de todos nós. – Francis Kéré
Por seu trabalho, e por seus valores – que vão além da arquitetura – Francis Kéré é o vencedor do Prêmio Pritzker 2022.
Inspire-se e realize você também os seus sonhos. Conte com a Cerâmica Ermida!
Créditos (Foto): Schulbausteine, em https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Francis_K%C3%A9r%C3%A9.jpg